quarta-feira, 13 de julho de 2011

Querido,

hoje preciso de ajuda. Um ombro, uma mão, um corpo, qualquer coisa que me apoie de qualquer jeito... preciso poder abandonar meu corpo, minha cabeça, minha mão - qualquer coisa - noutro ser pulsante. Não preciso de tua voz nem de tuas palavras porque não preciso ser consolada: preciso de mais que isso. Preciso poder permitir que meu choro inunde rios, rios amazonas tejo nilo prata tigre paraná tamisa...  Preciso me deixar do lado de fora da sala, junto com o casaco e os sapatos, e assim descobrir até onde minha força me leva. Preciso que algo muito bom me aconteça, para que eu continue sendo capaz de sonhar: que vai melhorar, que vais mudar, que o dia ainda não acabou. A tua partida é um pouco como a minha partida, me entende? É como se levasse contigo mais um pedaço meu - e tenho perdido tantos... Ao ultrapassar essa porta te perderei para sempre. E, portanto, me perderei também. Como te resgatar?, me responda por favor! Como te resgatar se tudo sempre te leva mais pra longe, tão longe que meus braços são incapazes de te segurar sequer pelos trapos da roupa? E hoje eu sei. Hoje eu sei que não há mais volta. E talvez me faltem forças pra suportar mais uma vez...

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