sexta-feira, 31 de julho de 2009

Não sei o por quê de tanto medo, talvez algum lugar menos corajoso de mim fique me dizendo que a história se repete e eu vou sofrer tanto e de novo... Mas é mentira! Dessa vez é tudo tão diferente, e o mundo me diz que não é ao vazio que estou me jogando: até você me assegura que não!
Então eu direi ao meu pedaço menos corajoso para que me deixe em paz, e eu que me apaixone e ame você como se deve: por inteiro.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Cartas sem endereço

Querido,

1 - E se eu, tão miseravelmente triste, esse ser confuso e inconstante, tola, completamente insegura, e se eu também precisasse de uma rede para me proteger da queda? Você estaria lá?

2 - Enquanto penso, mil imagens vêm à minha cabeça, e, devo admitir: sinto medo delas. E se eu estiver me entregando ao vazio?

3 - Apesar de parecer pessimista, sou alegre e consigo ver beleza em qualquer coisa: eu poderia ser tantas coisas que às vezes até (me) assusto um pouco.

4 - Ontem, apesar da chuva, me deitei no jardim e, ao sentir o teu cheiro na grama molhada, acabei por derramar algumas lágrimas que se confundiram com as gotas de chuva, e ninguém viu.

5 - Eu sei que sonho demais, mas, afinal, sonhar é meu maior alento!

6 - Afinal, eu me pergunto se você - mesmo que somente às vezes - pensa em mim.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Nada se move. Aqui, nada muda, o silêncio reina. Como se vivesse num filme mudo, em preto e branco, sou um ser estagnado. Olhar pela janela e esperar. Quem sabe o mundo possa acontecer do lado de fora e eu, apenas uma ouvinte, sinta que vivi tanto quanto quem estava do outro lado?
Mas, depois de tanto tempo esperando pela vida, resolvo que, agora, preciso de uma revolução! Preciso que algo mude, e como o mundo não fará nada por mim, resolvo por mim mesma que não vou ficar parada, e seja lá o que for, eu tenho que mudar. Anseio levantar-me da cadeira em que o vento me prendeu: sinto amarras. Estou presa ao meu próprio tédio. Então, descubro que a revolução da qual preciso não é nada mais do que conseguir me livrar dessas correntes na cadeirae, independente do que venha depois, tenho que me livrar dos meus nadismos. Começo a me debater e, quanto mais tento fugir, mais presa me sinto. Me desespero e começo a chorar, implorando por uma mão que me puxe para a superfície novamente.
Ninguém aparece.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Na verdade, dentro dos meus sonhos,
nós dois nos amamos
tanto quanto temos sonhado amar.
Lá, existe sempre uma música que toca
e nos inspira a dançar
e dos nossos beijos
o amor torna-se algo quase palpável

Então, não sinto mais medo
de ter entendido tudo errado
e de ter construído demais durante as noites insones
ou durante as noites em que apenas sonhei.

Enfim, o maior acontecimento nos meus sonhos
é o dia em que
afinal
a vida deixa de acontecer em sonhos.

A tristeza é tão bela quanto o amor.
Toda dança traz, consigo, sua própria tristeza.
Nos pés da bailarina, existe alguma dor: voar é difícil!
Mas sua magia está na atuação.
Apesar dos rodopios e dos saltos,
fixo meu olhar nos seus olhos
que escondem os calos no calcanhar
que escondem suas decepções amorosas
que escondem sua tristeza em vida
para, com sorrisos, alegrar a quem,
igualmente triste,
vem à platéia assistir o espetáculo.

Sobre a chuva

As nuvens que estiveram embelezando meus dias
esqueceram de sentir tristeza
até o momento em que,
com um baque,
ouviu-se um relâmpago com ódio.
Elas se aproximaram com medo,
e choraram no terror.

Agora, essas lágrimas que caem aos meus ombros
são apenas medo:
medo da alegria do outro dia.
Os cientistas afirmarão que somos,
apenas,
orgânicos.
Dirão, então, que somos pedaços de carne
a apodrecer, somente.
Então, especialistas,
me expliquem a poesia!
me expliquem a levitação da bailarina!
me expliquem a magia (não as ilusões magicistas, mas a magia de um sentimento puro)!
Lhes imploro: alguém me explique, organicamente, a existência do amor!

Por favor, não me falem em química: amor não é hormônio.
Não citem a genética: não existe amor pré-receitado dentro das células.
Não digam que são instintos: meus gatos, completamente instintivos, não amam!

Quando puderem explicar,
- com ciência e sem balelas -
como o amor acontece,
eu jogo fora meu caderno de poesias inacabadas
e vou estudar biologia.

terça-feira, 21 de julho de 2009

...

- Eu esperava que ela mesma te contasse...
- Não, ainda bem que ela não contou, pois saindo de sua boca, essa história pareceria muito mais real, e a minha tristeza por sabê-la seria muito mais palpável.
-Você ficou arrasada, né?
-Mas é claro! Existem algumas realidades que têm um quê de imaginárias, porque nós jamais acreditamos que poderiam acontecer perto de nós... Tão perto de nós... Ainda mais com ele, justo com ele, que quando eu nasci já era meu amigo, e a quem eu quero tão bem! Como dói saber que pode, sim, acontecer conosco...

Surpresa!

No dia em que te conheci, jamais poderia imaginar o quanto eu iria gostar de você.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Estar com saudade é pouco!

Sinto, nos últimos dias, que me falta um pedaço.
Justo aquela parte mais bonita de mim,
meu abraço mais gostoso
bem o meu coração batendo mais rápido
o olhar que me faz sentir parte de algo bom
A minha melhor parte inventou de me deixar,
mesmo que por alguns dias.
E eu nunca me senti tão incompleta
Mas, afinal, só tenho a agradecer:
se não fosse assim,
como eu conheceria as lindas cidades do Velho Mundo?





(Para M.A.)

Viagem

Me perder dentro dos teus olhos,
mesmo que através de uma foto.

Silêncio

A poesia dentro do papel tem um poder que eu não saberia explicar. No interior de todas as palavras, mesmo as mais simples, moram monstros e, em algumas noites, um ou outro me aterroriza até que eu tenha coragem de acender a luz - para encará-lo, de uma vez por todas -, pegar o caderno e escrever sua palavra que, ali perdida, parece algo trivial, mas eu não suportarei sequer imaginá-la, por dias (às vezes por meses). E eu sei que, independente de em qual momento da minha vida, quando meu olhar cruzar novamente com este papel, e, então, com a palavra ali esculpida, eu sentirei exatamente o mesmo arrepio que senti com aquele suspiro do monstro, ao meu ouvido.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Casal discute a relação: final feliz

- E eu também sinto saudades, ok? Você não é a única!
- Eu também sinto medo...
- Eu também sou inseguro...
- Eu também não sei como agir.
- Eu também preciso de apoio...
- E eu também preciso de um tempo só para mim!
- E eu também choro!
- Eu também quero carinho...
- Eu também queria ser atraente...
- Eu também me sinto triste.
- Eu também tenho problemas.
- Eu também preciso de respostas!
- E eu também tenho o que perguntar...
- Eu também procuro o sol.
- Eu também desvio do ódio!
- Eu também te amo.
- ...

E não me importa o que dirão os psicólogos e os grandes estudiosos de comportamente moderno: para mim, seremos sempre pessoas que amam pessoas e que não sabem, pelo menos por algum tempo, como lidar com isso. Se agora é comum pessoas que tornaram sua vida "afetiva" num grande campo promíscuo, isso se dá por medo, mas elas não poderão resistir quando, mais do que um beijo num canto de balada, necessitarem um olhar cúmplice, ou quando, de repente, sentirem o coração pulsando mais forte, por alguém.

sábado, 11 de julho de 2009

Medos (em um primeiro dia de aula)

Estar perdida. Não encontrar abrigo. Sozinha numa sala com 20 desconhecidos por 5 horas. Estar com desconhecidos. Ter que me enturmar. Não conseguir controlar a situação. Não ser amada. Não ter alguém em quem olhar no olho e encontrar, lá dentro, um abraço guardado para mim. Situações novas. Não saber o que falar. Falta de apoio. Me sentir observada. Saber (ou achar?) que não estão gostando de mim. Ser prepotente. Almoçar sozinha. Não encontrar um par. Não fazer parte da conversa. Principalmente, sinto medo dessa timidez que me envolve por inteiro...

quarta-feira, 8 de julho de 2009

terça-feira, 7 de julho de 2009

Maresia

Queria dizer, dentro do teu olhar
aquilo que nós já sabemos.
Mas terei medo:
os olhos teus são um mar
que talvez tenha se colocado entre nós dois
E eu, munida apenas dos meus braços,
como vou atravessar o Atlântico?
Torço, por enquanto, que se contente
daí do outro lado
de um mar que me inunda
Com o meu amor
pois esse amor é teu
e, para estar contigo,
ele navega qualquer oceano.

domingo, 5 de julho de 2009

Conclusões óbvias II

Percebo o amor que eu sinto ao estar ao teu lado e não precisar de mais nada. Talvez, apenas um pouco menos de espaço entre nós.

Conclusões óbvias

Se as palavras me faltarem, saiba que eu as estou procurando dentro de uma sala trancada, porque ninguém nunca tem o que falar nas horas em que as palavras são desnecessárias.

sábado, 4 de julho de 2009

Aos lexicógrafos,

os grandes estudiosos das palavras e da língua portuguesa, lanço uma pergunta:
quem foi o infeliz que resolveu que as palavras "amor" e "dor" seriam construídas de tal modo a rimar?
Mas essa cidade ficou cinza, e tudo aqui me lembra você!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

... e se você leu a minha carta com cuidado, prestando atenção, deve ter percebido, entre as linhas, que em nenhum momento eu disse que o amor acabou, apenas a minha disposição para amá-lo.
... o tempo é subjetivo e diretamente subordinado à soberania do relógio! Se não fosse esse relógio estancado na parede, nós nunca teríamos que ir embora...

quinta-feira, 2 de julho de 2009

- Ei, garota, levante já daí! Não é só porque você tá de férias que pode dormir até essa hora da tarde!
- Não, mãe, eu não estava dormindo. Estava só sonhando...