segunda-feira, 30 de junho de 2008

Me encontro na rua
Há poesia nesse encontro.

Quem se encontrou comigo?
Eu, ou meu eu-lírico
cheio de lirismos?

Eu.. lírico
Pois seu lírio?
Sírio. Sério.
Sorrio.

Pois se há poesia
há eu-lírico
ou teu-lírico
nós-líricos

Meu-lírico se expressa
Aqui, agora,
sou eu ou eu-lírico?
Somos a mesma pessoa?
Ou o eu-lírico sou eu
quando me dá de escrever poesias?
Meu eu-lírico não sabe responder todas as minhas perguntas.
Ele apenas sou.
Cheio de lirismo;

terça-feira, 17 de junho de 2008

Não há o que escrever
Não há nada aqui dentro para ser exposto
Não há flor, não há ramo, não há nada
Você não está por perto e tampouco eu estou

Voando longe, deixo apenas as palavras me escreverem
É uma atividade interessante:
deixar as palavras saírem
naturalmente
Não tenho que ler a última linha.
Pronto, eu não tenho que fazer sentido.
Porque hoje não há sentimento.
Hoje não há estrela lá fora,
hoje eu não existo integralmente,
mas me sinto tão mais completa que o normal.
Assim, escrevendo as palavras sem escolhê-las

Não sei da qualidade do texto
mas sou eu sem pensar demais
sem muitos paradigmas
Hoje queria te beijar e estar com você,
mas não quero mais falar sobre isso.
Porque não agüento minha situação em relação a você.

Odeio segundos vazios
odeio o ódio e odeio odiar.

Hoje quero ter o sol dentro de mim
Hoje quero entrar em mim
Hoje quero esquecer do resto.

Hoje não quero palavras conexas.
Hoje não há palavras.
Hoje não há o que escrever.

Errei...

Tenho que admitir que eu não sei mais me controlar
não sei controlar o que te sinto
E não há nada mais triste do que saber que errei
Ah! Sim, errei mais uma vez

Errei ao te querer por perto
Errei ao pensar que dessa vez não me apaixonaria
Errei ao sentar ao seu lado
e aceitar o seu papo.
Errei ao acreditar que dessa vez seria diferente.

Não foi. Você me tem na palma da mão novamente
Você me tem inteira, quando quiser, mais uma vez.
Você me tem morrendo de ciúme sempre que olha pra ela
Não queria sentir tanto ciúme...
Odeio sofrer por te amar tanto,
Odeio sofrer tanto.

Sigo errando ..............Errei por te amar
Sigo errando ..............Errei por te admitir ao meu lado
Sigo errando ..............Errei por querer estar ao teu lado
Sigo errando ..............Errei por nos dar mais uma chance
Sigo errando ..............Eu errei demais
Sigo errando ..............E sigo errando.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

12/06

Pronto. Não preciso de ninguém aqui hoje.
Eu posso ficar só, pois tenho tudo que preciso para estar feliz.

Tenho a minha música,
que me embala, me balança a alma.
Tenho a minha tortinha de nozes.
Aliás, acho que se não fosse essa tortinha
hoje não seria tão completo assim!

Tenho o Sol, brilhando, aquecendo,
tenho o vento, balançando meus cabelos e as páginas de poesia
Tenho essa grama na qual estou sentada
macia, me acaricia...
E só.
Tenho a mim mesma, quase auto-suficiente.
Uma companhia, é claro, seria bem vinda,
mas só, sozinha, aqui, já estou muito, muito feliz!


(E para quem tem alguém sentado ao lado, meus sorrisos :)

terça-feira, 10 de junho de 2008

- É que a gente só quer se encontrar, né...
- Se encontrar aonde?
- Na gente mesmo, se encontrar com a gente mesmo!
- Eu quero mesmo é me encontrar rico lá na cidade alta!
- Não, isso todo mundo quer! O que eu tô falando é de saber quem a gente é, né...
- Eu sei quem eu sou! João da Silva, 25 anos. Sei tudo a meu respeito, tudinho tudo mesmo!
- Não, Joãozinho, tô falando de poesia, tô falando de olhar um céu bonito e se ver lá dentro, olhar e ver, de vez em quando, sabe?
- Sei não, dona moça, eu acho que você tá é caducando!
- Um dia cê vai me entender, seu João! Começa a olhar mais pro céu, um dia cê vai se ver lá dentro, e vai é começar a pensar... pensar na vida, nas coisas da vida... Aí cê vai compreender do que eu tô te falando hoje... Cê vai perceber que o sol de vez em quando até sorri pra gente!
- Não dá pra ver se o sol sorri mesmo, a gente não consegue olhar muito tempo, o sol brilha demais...
- É disso que eu tô falando! Do sol brilhando tanto, mas tanto, que você só vê os sorrisos dele... E o vento venta tanto vento que lembra os dias de criança brincando na rua, e ficar tudo sujo de terra de tanta alegria... Um dia cê vai me entender, Joãozinho.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

- Filha, ontem fez sol?

- Claro, pai! Ontem teve primeiro neblina, e depois o sol, ficou até que quente, se a gente comparar com os outros dias!

- Puxa vida, eu nem vi!

É com tristeza que concluo, então, que o futuro não é a coisa que eu mais quero na vida.
Meu Deus, o futuro não olha pro céu! O futuro não presta atenção em nenhuma coisa grandiosa como o dia após o outro...
Primeiro, a surpresa do céu, do Sol, do mundo. Depois, o aconchego do dia-a-dia.
Depois, o costume. O hábito. Apaga-se qualquer informação banal do cotidiano. Assim, feito poeira que a gente limpa com flanela de cima do armário;

Futuro, não te quero!
Não assim, por favor...
Quero a surpresa do mundo lá fora, quero essa surpresa pra sempre na minha vida...

Um desabafo a um amigo que jamais lerá isso.

O amigo diz à amiga, chateada por não ter um namorado, a seguinte frase:

"Melhor não ter uma pessoa assim do que ter e perder..."

Claro, esse amigo passa atualmente pelo fim de um relacionamento importante, tem sofrido com isso. Claro.
Passei os últimos dias pensando nessa frase... Então, meu amigo, será que é melhor mesmo?
Então é melhor jamais saber o sabor da fruta apenas porque uma hora ela vai acabar?
É melhor não experimentar pelo medo do fim?!
Meu amigo, qual relacionamento não acaba? Qual relacionamento não traz sofrimentos?
Nem as ligações de sangue são à prova de bala... Até os átomos, minúsculos, podem ser separados - e as conseqüencias, como sempre, são explosivas! - e todo mundo tem que lidar com isso...
Você preferia jamais ter conhecido a sua namorada? E jamais ter vivido com ela o que viveu? Aprendido com ela tudo o que aprendeu?
E todas aquelas tardes em que você acreditou não precisar em mais nada, além da sua garota ao seu lado? E aqueles beijos?
Não valeram a pena?

Não valeram a pena, meu querido?!
Agora que acabou e só há sofrimento, talvez você não entenda...
Mas na minha opinião, é claro, melhor é mergulhar, mergulhar de cabeça nos relacionamentos - puxa vida! De qualquer maneira, uma hora vai acabar... E vai haver sofrimento, e coisas boas e coisas ruins. E aprendizados, muitos.

Agora, olhe ao redor. Milhões de opções pra sua vida continuar... Sua garota fará o mesmo, novas portas, novos momentos... Te prepare, querido, te prepare que o mundo te espera demais...

domingo, 1 de junho de 2008

A valsa

Um-pra-lá, um-pra-cá.
Um-pra-cá, um-pra-lá.
Dois-pra-lá, minhas mãos enlaçando teu pescoço.
Dois-pra-cá, duas tuas mão em volta da minha cintura
O piano toca uma música para nós dois
Umpralá e um palco todo iluminado por nosso movimento
Doispracá e mais nada além de você e eu.

Enterro meu rosto nos seus ombros: entregue a você.
Minhas bochechas ruborescidas e eu, agradecendo por você não estar vendo
Lá fora, o frio cortante.
Mas aqui contigo, o mundo é agradável, quente.
E só com você tudo é tudo de bom.

Umpralá você consegue ouvir?
Umpracá desculpe, ouvir o quê?
Doispralá meu coração batendo mais forte...
Doispracá mas na verdade, nossos corações estão no mesmo compasso!
Nossos corações colados batem juntos,
e já nem sei mais onde eu termino
e você começa.

Rodopiamos por nosso palco amarelo.
Eu rio: nervosa que estou.
A música cessa.

Não! Não me solte!
Fique aqui comigo...
Se você for, o que de mim continua comigo e contigo?

Outra música começa.
Voltamos a rodopiar.