quinta-feira, 28 de julho de 2011

era tudo o que sobrou daquilo que um dia nós fomos: uma raiva profunda; um rancor amargo; quem sabe um certo ódio latente, prestes a explodir. E uma saudade, daquelas de olhar para fotos-bilhetes-e-outros-sinais-daquilo-que-um-dia-nós-fomos e ficar assim se perguntando o que teríamos sido se, ou elucubrando sobre qual seria seu paradeiro ou se porventura você ainda pensaria em mim nas tardes mais ou menos ensolaradas de setembro- ou qualquer outro mês. -, como aquelas de quando nós fomos. Foi o que sobrou. E por mais que tentasse me livrar dessas últimas ruínas, não havia Adeus completo. Eu ficava listando quais são os 5 passos do luto, aquela baboseira toda de raiva-negação-barganha-depressão-aceitação e percebi que eu alterno entre elas sem nunca chegar na aceitação. Sabe. Acho que é porque você não morreu - nem eu! -, nós só não somos mais. E aí eu às vezes acordo com o gosto do-que-sobrou-daquilo-que-um-dia-nós-fomos na boca, e é um gosto ocre de fracasso, de impotência, sim? E então não posso mais dormir e fico mastigando essa coisa amorfa e podre que é o amor-que-acabou-sem-que-realmente-houvesse-acabado... até o próximo amanhecer.