segunda-feira, 30 de novembro de 2009

"Qualquer um de nós já amou errado, já odiou errado."
Nelson Rodrigues

Eu amei errado?
Sempre soube que não saberia o que fazer quando tivesse que amar
afinal, talvez amar tenha uma cartilha
apenas alguns sábios a têm
Talvez amar seja diferente para cada um
cada um com sua própria cartilha
Quando eu deveria ser amada
não soube o que esperava: meu manual de instruções veio em branco
mas
Se o seu manual veio escrito
Se você esperou alguma coisa
Eu fiz errado? Eu estraguei tudo? Dei muito pouco? Ofereci demais?
Eu te decepcionei nas suas expectativas?
Talvez eu precise aprender a amar...
Amar direito, como mandam as leis!
Para não acreditar, ao fim,
que errei o tempo todo, que eu só errei...
Eu sei, eu sei que à primeira vista parece que está tudo bem, eu sei que os sintomas são apenas de gripe, mas aqui dentro está está doendo! Vocês não conseguem entender mas está tudo doente, tudo aqui em mim, sinto dores nos órgãos, nos ossos, nos músculos, e no meu coração... Por favor me ajudem! Me internem num lugar calmo e bonito, aonde eu possa me recuperar! Me dêem remédios fortes, anestésicos, abraços! Me dêem antibióticos, dessa vez eu quero matar essas bactérias, esses vírus, quero matá-los todos! Quero ficar em paz...

domingo, 29 de novembro de 2009

Hoje, durante a noite, acordei e tocava no rádio uma das músicas que sempre me lembrarão você, e eu não pude evitar de chorar mais um pouquinho...

sábado, 28 de novembro de 2009

Será...

será que quando permitimos que uma pessoa vá para o passado, será que é possível resgatá-la? Ou, uma vez guardado, um ser humano pode passar a ser apenas lembrança? É saudável trazê-lo de volta? Pedir para que venha, corra para mim, me procure, me abrace, ainda saberemos nos olhar? Ou estaremos apenas chacoalhando folhas de papel completamente escritas, que não podem ser alteradas?

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

- Você não entendeu?
- O quê? O que eu deveria ter entendido?
- Eu te dei todos os sinais, e eu achei que você era capaz  de perceber as coisas.
- Me desculpe, você achou coisas demais de mim e se enganou. Mas talvez eu tenha fingido não ver, porque eu tive medo. Ou talvez porque eu estive confusa, porque os seus sinais me confundem, porque eu nunca consegui entender o que estava acontecendo.
- Eu não pude te dizer porque você se machucaria.
- Não consegue ver? Eu já estou machucada. Eu já estou inteira machucada, tão machucada que eu já nem consigo esconder... Mas agora estamos na metade do caminho: aqui não tem como resolver. Você precisa me dizer o que está acontecendo, se devemos voltar e estará tudo bem - e eu estou disposta a estar bem novamente -, ou se você quer ir em frente e terminar logo com tudo isso, e é claro que vai doer para mim, mas é claro que assim eu poderei passar por cima e é claro que vai cicatrizar e é claro que eu posso me virar: eu sempre pude. Eu só preciso que você me diga, para que eu saiba como eu tenho que agir.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Ir chorando, chorando, até que alguém apague as luzes e me diga que está tudo bem, que agora já passou. Até que alguém me abrace e espere todas as lágrimas acabarem, espere eu parar de soluçar, espere a dor toda se esvair e eu poder, pelo menos por mais algum tempo, transparecer alguma alegria.


Mas logo isso tudo passa...

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

nunca precisei de nada organizado para estar bem, mas hoje não consegui parar de pensar que tudo que eu queria era que tudo estivesse no lugar certo, alinhado, facilmente encontrável, não pude deixar de crer que para a manutenção de qualquer felicidade que houvesse em mim seria necessário espaço e claridade, mas me desesperei ao perceber que o problema não era nos objetos fora de lugar: era eu, eu inteira, que estava caótica.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

E se for só isso? Um corpo que procura outro corpo, que procura o silêncio, que procura alguém, ou que procura num corpo o que não tem em si próprio? E se for um mundo que procura alguém em quem se encaixar, e se esse alguém não puder aguentar um mundo inteiro? E se for só de poesia e alguns não conseguirem entender? E se for só de pó e eu for alérgica, se for de matéria orgânica, e se se decompor? E se forem só palavras e se não fizer sentido? E se for só isso?

domingo, 15 de novembro de 2009

O ciúme é essa criança chata que me cutuca, me cutuca, até abrir uma feridinha que, apesar de sarar em pouco tempo, também sangra um pouquinho.
Não consigo me segregar em compartimentos...
Por vezes olho para ela e vejo uma praia,
em outras vejo chuva
de vez em quando a vejo no topo do Everest,
ou é de deserto
Noutras vezes vejo o sol brilhando,
com sorte posso ver tempestades de areia!
ou uma tarde amena...

Às vezes penso que dentro de seus olhos escondem-se estações meteorológicas...
To destroy myself slowly until I don't trust love anymore. To destroy the pieces of what used to be a heart until there's no faith anymore. To destroy what used to be strong until there's nothing more than water and pain.
To turn love into hurt.

domingo, 8 de novembro de 2009

Primeiro sinal.
Segundo sinal.
Terceiro sinal.

Agora acendam-se as luzes da ribalta!
Primeiro ato,
o primeiro passo em cima do palco,
a primeira palavra que ainda não fez sentido.
O que encenaremos agora?
Podemos contar uma linda história de amor!
Ou uma trágica história de amor...
Talvez uma história daquelas que têm gosto de fim de tarde,
um amor com gosto de fim de tarde.

Segundo ato,
se já sabemos qual é a nossa história
se é que é uma história:
talvez seja apenas amor
puro, descrito em rubricas
se já sabemos disso tudo, contemos ao público:
eles esperam com alguma ansiedade pelo desenrolar
que as línguas e as mãos desembrulhem, com cuidado,
o fio condutor
Quando será o clímax?
Será que nós nos emocionaremos?
Será que nós seremos envolvidos pela luz?

Terceiro ato.
Agora nos perderemos entre as sensações
se já dissemos a que viemos,
já fizemos essa história acontecer
já vimos o amor ser encenado
- pois qualquer peça é amor sendo encenado -
agora a ribalta há de se apagar novamente
e a plateia há de ir embora
agora hão de limpar o palco
pegar os destroços
levá-los embora

O amor que esteve em cima do palco ainda está lá.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Das luzinhas de natal e o fim de um ano

Às vezes sou tão fraca! Andei sentindo medo... estou sentindo medo agora, talvez seja difícil de entender. Estou com medo do fim, e essas luzinhas de natal estão me mostrando que ele não demora a chegar! Quando enfeitam as ruas com luzinhas de natal meu coração aperta porque o ano acabou, apesar de eu ainda escrever a mesma data no caderno. Assim, terei de assumir que o tempo passou mais uma vez e talvez eu tenha ficado para trás. Em breve, terei de fazer uma nova lista - igual à que fiz no ano passado - com as coisas que desejo mudar em mim, e terei de acreditar que o fim de um ano representa renovação... mas para mim significa apenas o fim... o fim de algo que com certeza tem sido bom! E se o ano que vem de fato significar uma renovação, mas para algo tão diferente que eu considere pior? E se, novamente, eu for incapaz de me melhorar como desejei na lista? E se o ano quiser começar e eu não estiver pronta?