quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Quando você vem eu cronometro os minutos para as sete e quinze, que é a hora que você disse que chegaria, apesar de eu já ter entendido que até as sete e meia vou ter que esperar, porque você sempre se perde no caminho ou perde a hora no banho e acaba não vindo a tempo. No meu mundo seria pecado sem perdão, mas você chega deixando as coisas caírem do carro e com os cabelos cheirando bem, igual à primeira vez, na sua presença sempre jovem e fresca... que me dá vontade de cantar no teu ouvido, já que você vai rir de cócegas e chorar com a letra da música, que fala de um grande amor que você acha que nunca viveu, mas eu na verdade fico sussurrando assim para você: deixa ser eu? E você deixa sem nem perceber, já meio dormindo enquanto eu beijo o teu corpo e você me abraça e me proíbe de ir embora, mas graças a Deus eu não pretendo ir, nem um pouquinho... no dia seguinte você se levanta porque vai perder a hora de algum compromisso e antes de ir pra lá ainda precisa passar Deus sabe onde porque você se esqueceu de fazer Deus sabe o quê - enquanto você explica eu rio e te amo em silêncio - e some, sempre largando a taça de vinho no meio da sala e abandonando uma peça de roupa ou o celular, coisas que você nem vai sentir falta, vai saber!
Querida, quando você vai eu vejo a bagunça que você espalhou na minha casa e no meu corpo... Se não fosse você eu morria de ódio por terem desfeito o meu meticuloso templo. Meu calculado mundo. Mas como é você eu morro, apenas.
- por que você tem essa obsessão por encontrar alguém que seja A Resposta?
- quem disse?
- o quê?
- da obsessão?
- eu sei, eu te conheço, eu presto atenção em você.
- isso é só papo. eu não procuro a Grande Resposta, mas alguém que faça as mesmas perguntas que eu.
- assim é mais fácil.
- o quê?
- ser essa pessoa!