terça-feira, 29 de abril de 2008

Mariana

Me diga, meu amor, já regou sua saia hoje?
Pois vá correndo, querida, ou suas flores começarão a murchar!
Quero te ver linda hoje, seu aniversário
Você e as florzinhas da sua saia.

Claro, papai.
Vou regar todas as flores da minha saia,
quero vê-las brotando novas logo...
E você me verá crescendo, crescendo com minhas florzinhas...

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Sobre os sonhos

Quando eu sonho com você
Na verdade tudo está acontecendo de verdade
Mas ninguém tem que saber
É só o meu segredo de sonho...

quinta-feira, 24 de abril de 2008

A metade que deixei cair

Naquela tarde talvez ensolarada
não me lembro muito bem!
Naquela tarde meio escura
só sei que deixei uma metade minha para trás
Não sei que metade era,
se era minha ou sua metade de mim.

Só sei que sou sombra
Só sei que sou solidão
Hoje só sei que não sei, não sou.

Mas te vi numa paisagem
e você acenava
E vi em você um pedaço de mim
Um pedaço de mim no seu sorriso
Um pedaço no seu paletó
Um pedacinho enorme meu se enrolava nos seus olhos castanhos
E em cada movimento seu me encontrava um pouco mais.

Você se virou e foi embora,
E deixei cair a metade da minha metade que tinha sobrado...

terça-feira, 22 de abril de 2008

Teclado tenta se suicidar

A verdade é que eu deixei ele cair
Mas se eu assumisse isso não poderia conviver com a culpa
Então já o imagino de braços abertos,
gritando,
"ELA NÃO ME AMA, VOU ME MATAAAAAAAaaa..."
E quando eu fui ver, ele sobreviveu,
mas não funciona tão direitinho como antigamente...
E eu percebi que eu o amo...
Pobre teclado...

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Desabar

Desabei.
Chorei,
chorei de soluçar.
Não pela sua ausência nos meus braços.
Não por estar nos braços dela.
E sim pela sua presença
Sua presença insistente nos meus pensamentos,
Sua presença onisciente, quem sabe infinita.
Presença melancolicamente assustadora.

Tinha um parquinho no condomínio...

E lá todas as crianças se juntavam pra brincar.
Até que teve o dia que ninguém mais foi no parquinho.
Só o João. E a Maria.
E eles sentaram no chão e contaram histórias,
e inventaram reinos só dos dois,
com seus cavalos e reis e rainhas e princesas.
Cada balanço do parquinho ia e vinha nas invencionices de duas crianças que conversavam pela primeira vez.
E a gangorra era a sala de jantar com seu banquete mais colorido.
E enquanto João e Maria corriam em volta do parquinho,
nascia nos dois algo diferente,
um novo medo.
Um novo beijo.

E depois desse dia, nunca mais nenhum dos dois voltou ao parquinho.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Sobre a poesia

Mas a minha poesia
é só mais um jeito de explicar
todos os porquês das minhas indagações.