sábado, 27 de abril de 2013

Quando as facas dos teus dedos desfiaram em mil pedaços a minha pele eu não chorei. Eu já sabia que no fundo da noite os nossos olhos nunca mais; mas mesmo assim quis: quis lavar com o meu próprio sangue as lágrimas tuas e os lábios teus que estavam cansados e tristes... Errei na dose e me deixei sangrar ao redor de nós. E ali olhei nos teus olhos que não refletiam os meus e eu soube que. Palideci. Encharcamos então de sangue, de lágrimas e de cansaço. Nessa hora eu pensei que. O meu sangue já não era meu, e foi quando. Deitei meus cabelos sobre o teu colo como quem suplica.

E você sentiu nojo.