sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O passeio dos teus dedos na minha pele deixou marcas como pneus em uma grande estrada: você derrapou pelas minhas curvas como quem procura um abrigo durante a Grande Chuva, mas - ai, amor, preciso falar! - mas sou uma mulher latina e quero bailar!, por isso escorrego entre suas mãos. Você aquaplanou nos meus choros e não conseguiu me parar a tempo. Precisei fugir antes que fosse tarde. Deixei teus labirintos para trás, mas não duvide que amo o teu tango e teu tudo, tua tanta paixão, enfim. Me perdoe a dança desengonçada.

domingo, 4 de novembro de 2012

Querido,

As perguntas que a presença tua me suscitou foram a própria faca cravada num peito que não sabe de resposta alguma; perguntas tais quais: afinal, o que sobrou de mim de lá pra cá? Mudei tanto que não me reconhece? O que disso tudo sou eu? O que de mim ficou em você? O que de nosso resta em nós? O que é teu em mim me é tão precioso que não quero mostrar para ninguém, como o segredo mais bem guardado - o meu amor é o segredo mais bem guardado, me entende? Será que essas perguntas passeiam pela sua cabeça num domingo à tarde?