sábado, 20 de outubro de 2007

Amanhã.

Hoje acordei com o Amanhã na cabeça. O Amanhã gritava, sacudia, ali dentro, queria sair logo, queria ver, ser, estar, na verdade.O Amanhã me atormentou todo o dia de Hoje. Cada segundozinho que passava de Hoje, o Amanhã dava mais um gritinho dentro da minha cabeça. Era como uma dor de cabeça que não importa o que se faça, não passa. Fica ali, batucando nas paredes dos sentimentos, sensações, emoções, reflexos, etc.Não conseguia parar de pensar no chato do Amanhã, no insuportável Amanhã.Logo já era um liqüidificador de Amanhãs, Depois-de-amanhãs, anos-que-vem...Mas então me assustei ao perceber que o Ontem tava ali também! Esse era pior ainda, gritava nos meus ouvidos dizendo "Lembre de mim! Lembre de mim, não me esqueça jamais!", esse não permitia que eu vivesse. E o pobre Hoje seguia só, seguia em frente, em direção ao Amanhã. Seguia sozinho, afinal, qual o ser humano que pode dar atenção a três gritos diferentes, opostos, e ao mesmo tempo? O Hoje se absteve de gritar. O Hoje se absteve de se expor, se absteve de ser algo maior que um simples Hoje. E eu me esqueci de quão importante seria o Hoje, me importei só com o Amanhã que tava por vir, ou com o Ontem que não me deixava esquecer...O Hoje passou, foi embora, o que seria Amanhã virou tudo isso: O Hoje. E o Ontem continuou sendo o que era. Apenas o Ontem.

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