quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Querido,

estou te escrevendo porque, como explicar?, porque percebi que estou me descobrindo - mais uma vez!... -  e estou descobrindo coisas em mim que você talvez nunca compreenda, já que você se segura até o fim nos teus jeitos, nos teus conselhos e no teu ponto de vista: e eu entendi! Agora sei que eu não. Depois de experimentar tantas coisas tantos dias com outras cores tantas roupas sujas tantas noites tristes tantos outros tantas coisas, me percebi uma mulher que não prefere nem pouco em muito tempo nem muito em pouco tempo, uma mulher que não é doce nem salgada - mas de vez em quando mais azeda do que você imagina!... Eu estou aprendendo a conviver comigo, como sempre. E ultimamente faço coisas que você não conhece. Pinto a boca de vermelho e saio à noite, danço e beijo homens sem saber seus nomes. Me apaixono por uma noite e quebro os saltos altos! E pulo na piscina de roupa ou tiro a roupa pra pular na piscina. Estou livre para me permitir ser leviana de vez em quando - o que eu nunca poderia ter sido antes - e é bom. Não se preocupe! Me respeito. Mais do que nunca, não quero me fazer mal. Não se preocupe. Não estou me tornando rodriguiana nem niilista. Nem fútil ou supérflua. Eu não caibo nessas palavras; apenas isso, sou leviana n'alguns dias. E no dia seguinte passo os dedos sobre a maquiagem borrada nos meus olhos, escovo os dentes e volto às aulas. Aos ternos.

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