quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Iemanjá,

quero beber das águas do teu universo, nascer como a flor branca que chora leite e vida, tecendo com suas pétalas o próprio dia e o próprio sol. Quero aconchegar minha cabeça no negro peito teu, que arfa conforme as ondas batem na grande pedra que Deus vive a esculpir, e neste ritmo pulsante e vital quero poder rodar com as minhas saias, de modo a permitir que pela minha perna escorra todo esse mal, toda essa sujeira que nos impede de continuar com coragem. Quero que o teu sal me lave o corpo e me permita, mais uma vez. Quero que a boca tua beije meus olhos, me abençoe e me permita o último mergulho... a cada dia.

Nenhum comentário: