sexta-feira, 29 de maio de 2009

Do dia que não amanheceu

O mundo seguiu em frente, as pessoas saíram de casa, teve trabalho, teve escola, teve amor, teve sexo, teve divórcio, teve primeiro amor, teve último suspiro, prova de matemática, música, arte: tudo que se tem em qualquer dia normal, teve hoje.
Mas o sol não saiu. Nada, nem uma frestinha de luz. E percebi que todos já estão tão acostumados a não olhar para o céu que ninguém teve medo. Mas eu, ao olhar da janela, corri para debaixo das cobertas e esperei o dia passar, porque não poderia conviver com um dia à noite.

Um comentário:

Mandie Lima disse...

Adorei o texto. Fragmentos de paixão dilacerada podem render belas interpretações ao verbo.

Pois um beijo.