domingo, 30 de maio de 2010

O parto e o poeta

Cada palavra escrita pelo poeta
é um parto que este exerce 
Das juntas dos dedos, abre-se uma fenda abissal
E escorrem sílabas, frases, metáforas
Ele olha emocionado 
e vê que acaba de criar um ser vivo
Vivo, respirante, ofegante!
O poema é como um filho que se entrega ao mundo
Que se cria, a quem se dá carinho
Não há poema sem amor...
O poeta chora,
pois ali está um pedaço dele, um filho,
a sua genética, as suas palavras. 
Por mais que não descreva o poeta,
o poema é sempre o poeta.

Por isso o rascar da borracha contra o papel é sempre uma ferida
Que nem sempre cicatriza
E as bolinhas de papel jogadas no cesto de lixo
são abortos tristes, do que o poema viria a ser...


4 comentários:

Stella Rodrigues disse...

O que foi jogado fora, também da uma dor no coração porque poderia ser aproveitado, tudo que a gente escreve é desabafo. Tenho muitos filhos no meu blog haha, lindo o seu blog. ;*

Celso Andrade disse...

cada inspiração é parir novidade, arte...

abraço

sarah disse...

Realmente, é muito bom criar um poema em que possamos chamar de nosso.

Stella Rodrigues disse...

Seu blog era preto não era? Na verdade amo seus poemas *-* achei uma honra ter comentado no meu :*