terça-feira, 4 de maio de 2010

Eu tenho vontade de comer poesia

Fosse o meu prato de arroz e feijão
uma bandeja de palavras
fosse a sopa
uma cumbuca de adjetivo
fosse a alface
um pronome delicado
Fosse o meu bife
uma metáfora bem construída

Fosse o meu almoço
um belo texto,
fastava-me, fartava-me sem pensar na hora
na congestão, nas calorias
No tempo perdido em silêncio
Esbanjava minha gula
Mastigava lenta e pausadamente

Mas não: olho a refeição
agradeço ao mundo por tê-la na mesa
mas não sinto vontade de experimentar:
eu quero comer poesia...

5 comentários:

Mariana Andrade. disse...

eu queria respirar poesia.

Maíra F. disse...

Poesia engorda a alma. <3

Eduardo Espíndola disse...

eu tô te dieta.

Meire disse...

você tem fome de quê?

Riva disse...

Então, bom apetite pra todos nós. Abraços.