sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O terreno ao lado, depois de tanta espera, em breve deixará de ser terreno: fecharam a frente com tapume eos 'home' já vieram trabalhar. Quando eu nasci, esse terreno já era terreno, e nós, em nossa infância, o transformamos em palco de aventuras. Não precisamos de blocos nem cimentos, apenas nossos pés em cima da grama.
O terreno, contudo, também era mistério: os pais - crianças fantasiadas de gente grande -, a fim de nos pegar peças, contavam das cobras, escorpiões e outros pequenos monstors que ali viviam. Então, não dormíamos à noite, mal podendo esperar pelo dia seguinte, em que entraríamos na selva tropical para enfrentar as bestas nativas.
Hoje, vejo todos aqueles dias se destruindo, e durante a terraplanagem ainda pude ouvir as nossas risadas, agora presas na terra pisada.
Espero, então, que com todos esse tijolos construa-se uma linda casa, e que nela morem crianças que, de algum modo, percebam estar morando sobre destroços de algo que, um dia, foi mágico.

Um comentário:

Graziela C. Drago K. Zeligara disse...

(os pais - crianças fantasiadas de gente grande -) *-*


Aaah, já fizeram isso com vários terrenos "meus"... =/

Mucho buenO!