segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Pai,

às vezes, nós não sabemos muito bem o que esperam de nós, mas você tende a ser sempre compreensivo, o que é uma das suas qualidades que mais admiro. Às vezes somos repreendidos por fazermos tudo errado, mas eu sei que, se errar, você provavelmene vai se dispôr a me ensinar direito. Às vezes nós não conseguimos estar prontos na hora certa, tirar as melhores notas da sala, lavar a louça, às vezes somos tão egoístas que não conseguimos ver o que se passa. Pai, você não me cobra nada. Pai, você só gostaria do meu amor. Pai, você estaria contente se eu me dispusesse a ir contigo no supermercado. Pai, eu não te dou nada disso. Eu não sei conversar com você, e sinto terror do silêncio que se instaura no carro, mesmo após uma semana que não nos vemos. Pai, eu tenho medo, eu não sei lidar com você, mesmo você sendo tão simples. Pai, eu não sei nada da sua vida, não entendo suas preocupações, nem suas motivações. Eu gostaria que você entendesse que não é falta de amor: eu te amo, mas não sei agir. Eu não sei fazer com que mude. Não sei se os problemas são apenas meus, ou se talvez o seu silêncio e a sua seriedade quando estamos juntos me assustem. Pai, hoje, o que eu mais queria na vida era que você se sentisse amado, mas eu falhei. Por favor, me desculpe por não saber te dar a única coisa que você me pede.

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