segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Hoje vou escrever uma daquelas cartas doídas, com gosto de despedida... Não se desespere se ver uma lágrima escorrendo pelo meu rosto, para finalmente pingar no papel, borrando as linhas e as palavras escritas em letras tortas. Minhas letras tortas, mas honestas como o choro e como a dor do adeus, com alguma esperança de que este seja apenas um até logo...
Hoje, ao escrever uma carta de despedida, percebi o quanto deixei sobrando... O quanto ficou faltando... Sobrou descaso quando não me importava o teu olhar crítico, sobrou silêncio quando me faltou paciência, sobrou incompreensão quando eu disse 'ele nem é meu pai'... Ficou faltando o pedido de desculpas pela preocupação de pai que lhe causei, e ficou faltando agradecer o carinho, a companhia, as mesas do café, as conversas de guardanapo no restaurante, a balinha no carro, a amizade... Ficou faltando o 'eu te amo', ficou faltando devolver um pouco...
E hoje, ao escrever uma carta de adeus, me perdoe por tudo o que ficou sobrando, tudo o que ficou faltando, me perdoe pelas lágrimas e pela falta de abraços... Me perdoe...

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