Hoje vou escrever uma daquelas cartas doídas, com gosto de despedida... Não se desespere se ver uma lágrima escorrendo pelo meu rosto, para finalmente pingar no papel, borrando as linhas e as palavras escritas em letras tortas. Minhas letras tortas, mas honestas como o choro e como a dor do adeus, com alguma esperança de que este seja apenas um até logo...
Hoje, ao escrever uma carta de despedida, percebi o quanto deixei sobrando... O quanto ficou faltando... Sobrou descaso quando não me importava o teu olhar crítico, sobrou silêncio quando me faltou paciência, sobrou incompreensão quando eu disse 'ele nem é meu pai'... Ficou faltando o pedido de desculpas pela preocupação de pai que lhe causei, e ficou faltando agradecer o carinho, a companhia, as mesas do café, as conversas de guardanapo no restaurante, a balinha no carro, a amizade... Ficou faltando o 'eu te amo', ficou faltando devolver um pouco...
E hoje, ao escrever uma carta de adeus, me perdoe por tudo o que ficou sobrando, tudo o que ficou faltando, me perdoe pelas lágrimas e pela falta de abraços... Me perdoe...
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