quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Da Montanha-Russa

Eu jamais poderei ser o aparelho de segurança: 'Mantenha a barra travada sobre seu colo durante todo o passeio, não tire os pés do carrinho em nenhum momento', não sou feita de ferro e não sou cem por cento hermética... Mas posso segurar as suas mãos bem forte, quando chegarmos ao topo e você sentir medo da descida, com promessas de vertigens e confusões. Eu posso me sentar ao teu lado e te ouvir gritar, e tentar sempre te lembrar que apesar de tudo, ainda existem os aparelhos de segurança, que você está protegida e não vai cair. Eu posso fechar os olhos para o meu próprio medo de altura ou desses chacoalhões, porque eu quero te acompanhar quando o teu medo é muito maior que o meu.
Depois de uma descida, aparecerá uma nova escalada. Olharemos para o horizonte, e talvez haja uma nova queda, e quando você sentir medo quero que saiba que estou aqui do seu lado, esperando contigo o fim do trajeto traumático, quando chegaremos ao plano. Lá você poderá correr, bailar, piruetear a tua poesia e o teu jeito lindo, e eu ainda estarei com você, aplaudindo as suas artes e todos os seus recomeços diários. 
Mas enquanto isso, aperte forte a minha mão e grite o quanto precisar. Estamos a cada momento mais perto dos novos dias de planície!

(Para a menina-aquarela da minha vida, a quem dedico esperança, poesia, companhia e todo o amor.) 

2 comentários:

titininha com preguiça de fazer login disse...

simplesmente lindo demais...

Eduardo Espíndola disse...

e viva a força centrípeta :)