quarta-feira, 16 de junho de 2010

Da vida

"EU PRECISO DE VIDA", ela gritou ao mundo, sentindo as urgências descontroladas no plexo solar. Se ela gritasse alto, muito alto, será que ele escutaria, protegido do vento entre as quatro paredes do próprio coração? Ela não ligou para o silêncio, e gritou mais, e mais alto: "EU ESTOU VIVA! EU POSSO VIVER DIFERENTE", e poderia correr as maratonas, mais rápido que o próprio sangue bombeado no peito. Ela não pôde aceitar que então era só isso, tão menos que os poetas lhe haviam prometido. Engoliu a decepção de não ter com quem se dividir, pegou as tralhas que a alma pediu, e foi embora, sem sequer dizer adeus.

Um comentário:

sarah disse...

É a melhor salvação para a morte em vida.