quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Eu

quero não olhar pra trás, procurando um cantinho quente no qual me esconder, um abrigo de plástico que me pareça aconchegante, por fingir não ser tão frágil quanto eu.
quero que os dias passem, mas não passem como se fosse só um passeio: os desejo vividos, não espanados.
quero que a chuva venha, mas eu possa ser forte o suficiente para ficar daqui debaixo da água sem eu mesma me desaguar.
quero que a noite caia, mas eu tenha luz.
quero que a lágrima caia, mas haja alguém que me ajude a secar.
quero que o sol não queime: aconchegue.
quero fechar os olhos e dormir e, ao sonhar, esquecer que posso cair da cama.
quero não ter mais a necessidade de ter alguém do lado, me enchergar auto-suficiente de vez em quando.
quero não ter, quero ser.