quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Um lugar n'onde repousar esta alma em chamas.
Uma cama para pôr os medos para dormir, e uma canção de ninar que seja eficiente.
Um refúgio furtivo que receba meu sangue e lave, álcool na carne, minhas feridas abertas.
Um quarto, um canto do quarto, um pedaço do canto: que receba estas lágrimas remoídas sem perguntar de onde vêm ou para quê ou conclusões quaisquer.
Um silêncio desses profundos, de abrir o corpo: um silêncio que permita a lucidez da mente, d'alma, do gesto.

E, assim, encontrar nesse meu último gesto o amparo que estanque o sangue, a palavra de consolo, a estrada aberta para além-mar.

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