quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Não dormir: apenas sonhar... projetar nas paredes deste quarto branco tudo quanto poderia ter sido, ou que foi, o que virá ainda; dar corpo a tudo que não é carne, mas que na carne se realiza. não dormir para sonhar, lúcida, com a consumação de um amor prometido, ou com o mundo na rua exigindo, ou a última flor a se abrir antes do apocalipse. Neste idílio o gesto inacabado se complementa. A palavra desnecessária cala. O cão apenas assiste, sem intervir: e assim sobra só o osso. Só a alma.
Só o osso da alma e nada mais.

Nenhum comentário: