quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Da pacífica loucura

Nossa loucura já foi tratada. Já fomos educados, castrados, domesticados: quantas porções de vegetais, nenhumas porções de gordura, uma cápsula de óleo de alho para o coração, não gritar de felicidade ou infelicidade extrema. Aliás, não sentir felicidade ou infelicidade extrema. Não catar fruta no é e não comer alface sem antes esterilizá-la. Não amar na frente dos outros. Nossa loucura foi consumida, extinta, e nós engolimos toda essa sanidade como quem engole um tapa na cara - e acreditamos que a escolha foi nossa.
(E como não dizer que essa também é uma loucura?)

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