segunda-feira, 1 de agosto de 2011

E eu lhe aviso: tu nunca mais entres com esses teus pés sujos no meu templo, pois ele me é sagrado. Fui eu que construí. E tu sujas teus pés com teus pecados infames, com teus trejeitos podres de quem não aceita dividir - e entras no meu piso, ultrapassas os arcos da minha entrada, pisas sem qualquer remorso nos tijolos que eu empilhei - eu sozinha, sim? -, eu empilhei no meu coração e tu me trazes a terra mofada e impura e me levas toda a paz que eu havia conseguido com sofreguidão manter incólume, pura, assim, eu que selei estas minhas paredes com o sangue e o suor que vazaram da minh'alma para que construísse algo que me pertencesse acima de todas as coisas... mas teus pés sujos de areia e poeira espantam minha luz e tu me roubas, me extirpas o mármore etéreo, que foi tudo o que eu consegui para mim enquanto estivestes longe... por isso afasta-te! Eu lhe imploro, já que não posso mais que isso, eu lhe imploro. Nunca mais aparece com o teu egoísmo para macular o pouco de paz que ainda me resta.

Um comentário:

Feeling disse...

O amor tem dessas coisas. Muitas vezes nos tira a paz. Deteriora nossa sagrada e tão bem construída paz.