segunda-feira, 12 de maio de 2014

Parte II

Não, não foi engraçado, querido. Ainda não é engraçado, eu que sou assim, fazendo graça pra você não perceber o quanto eu sangro. Não foi engraçado porque foi assim: despencar abrupto de penhasco inesperado. Quando eu comecei a me sentir em alguma segurança



não é bem assim querida estou confuso querida não queria te deixar no meio do fogo cruzado das minhas guerras querida querida infelizmente não tem lugar pra você aqui. Cortou, doeu. Não morri não, olha eu aqui vivinha da silva! Mas doeu sim, não vou te enganar. Bem você, que eu tinha escolhido pra fazer diferente, bem você em quem queria alimentar essa sede de estrada, que era pra me acompanhar. Vê? Por isso a necessidade de arreganhar os dentes e de me fazer de desentendida quando homem chega perto. Calejei, amor. Tem que ser muito homem pra me tirar daqui. Dirão: não bote tudo que é homem no mesmo saco. Boto. Boto sim. Já doeu o suficiente aqui e aqui e aqui. E aqui. Não tem essa bobagem de entrega não. Não tem essa coisa de "Mas ele é tão gente boa" não. Eu fico é com a minha estrada.

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