sábado, 5 de maio de 2012

Canção do desapego.

Estou compondo uma canção
de ninar, uma cantiga
Um rockinho à moda antiga,
a valsa da valsa
e no último momento
adiciono o novo compasso
de um tango violento:

Para nunca mais te olhar nos olhos
Nem descascar a fruta já morta
nem escutar um piano desafinado
a desatar canções tortas.
Minha alma não escuta a tua guitarra elétrica
nem quer saber de alianças e mãos atadas.

Meu corpo se despede e sem hesitar
Rodopia a três por quatro
e fecha a porta silenciosamente
atrás de si.

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