quinta-feira, 28 de abril de 2011

Querido,

você já teve a impressão de estar assistindo o tempo? Por vezes me pego distorcendo o vento, como se pudesse retornar... Não entendo muita coisa do futuro: o que há de ser? Sinto medo do passado. E se eu ficar presa no vago das lembranças? Querido, muitas vezes me sinto a raposa fugidia que não se permite cativar pelo novo: não quero experimentar do mundo, me sinto apavorada com a ideia de estar me abandonando ao vazio. Mas o campo-santo dos pretéritos também é vazio: o que não é mais simplesmente não o é. Apenas eu posso ser, mas não quero. Eu não quero ser a encarnação de um passado do qual não mais pertenço.

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