quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

"te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em todos de novo, que leve para longe da minha boca esse gosto podre de fracasso"


(Caio Fernando Abreu)


No desfilar do vento, o tempo acabou. Me desculpe, mocinha, não trabalhamos mais por hoje. Fiquei na fila da Roda-gigante. Por favor, não volte mais, não é bem vinda aqui. Até as portas que eu fechei e não sei como abrir: falhas, falhas, falhas. Ouve o pulsar da noite? A madrugada prossegue indiferente à tua boca seca. À tua garganta estúpida. Aos teus pensamentos supérfluos, que você considera tão sábios. Estes teus lábios que dissecam palavras profanas que você nem sabe o que significam. Não deseja sentir mais nada? Erga-se como algo maior do que um ato falho. Quase nascida por acaso.

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