segunda-feira, 8 de setembro de 2008

E quando eu te encontrar de novo, sei que vou fugir. Sei que vou procurar qualquer nuvem ao meu alcance pra me perder do teu olhar. Vou rodar o quarteirão ao contrário, você não vai conseguir nem me ver. Nem me sofrer de novo.
E enquanto eu puder, vou encontrar outro jeito de viver: sem você. Sem jamais te tocar. Queria te deixar de sobreaviso, apesar de saber que você nem se importa muito. Apesar de saber que por você, tanto faz.
Se um dia eu conseguir esquecer o que você representa pra mim, talvez possa dissipar minhas nuvens e caminhar o quarteirão no sentido certo novamente. Então nos cruzaremos e quase não saberemos quem você é, quem eu sou. Talvez possamos nos conhecer de novo, nos apresentar um ao outro como se jamais tivéssemos estado juntos.
Até lá, não procure por mim. Não olhe pra porta esperando que eu entre e te abrace. Eu sei, você não se importa, mas não espero nada. Esqueça de mim.



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A: Não sei, elas insistem em cair...
B: Quem? Como cair?
A: Minhas lágrimas. Agem sozinhas, caindo como se tivessem ficado maduras demais...
B: Posso te abraçar e limpá-las pra você?
A: Pode tentar, mas não vai conseguir estancar o choro. Mas agradeço!
B: É melhor tentar, se não fizesse nem isso, me sentiria culpado demais.
A: Mas você é o culpado.
B: Do quê?
A: Delas estarem caindo desse jeito.
B: Não entendi...
A: Choro por sua culpa, só sua. Sua culpa.

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