domingo, 26 de junho de 2011

Insânia

Existe uma foto sua pendurada na minha parede. Sorríamos muito. Existe cumplicidade? Será que é verdade que podemos dividir nossa alma com alguém? Será que isso existe ou é só manipulação? Será que existem relacionamentos verdadeiros? Será que é possível sentir algo muito grande por alguém e ver sentido nesse sentimento por muito tempo, sem jamais se indagar sobre sua autenticidade? Será que isso que nós construímos é amor?? Tenho duvidado muito. Tenho duvidado com todas as minhas forças. Será que essa coisa gigante que sinto por você é amor? Em pleno século XXI, estou a tempo de me perguntar: e se isso for algum tipo de loucura, delírio etc? E se eu tiver criado tudo dentro da minha cabeça? E se eu estiver louca?! Mas nós sorríamos juntos na foto pendurada na parede. Me lembro bem desse dia, fui só para te encontrar. Será que em algum momento você viria só para me encontrar? Isso é piração minha. Eu sei que eu sou a doida da história. Por isso não te encontrar mais. Nunca mais. Porque esse amor me mata. Na minha cabeça. Sorríamos muito e era feliz estarmos juntos. Era muito feliz. Hoje você é indiferença. Indiferença, me repito. Indiferença! Minha vida vai ter que tomar outros rumos. Sem você.  Sim, devolva o Neruda que você me tomou e nunca leu. Preciso ver com clareza. Será que o amor é um bicho arisco que nos ataca nas nossas fragilidades e aos poucos nos vai mutilando, decepando, amputando? Será que o amor tem bicado meu fígado todos os dias, esperando ele se recompor?

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