terça-feira, 29 de março de 2011

La Valse des Monstres

Quando, deitada sozinha no silêncio da noite, sinto medo do escuro, seguro muito forte suas mãos nas minhas e nos ponho a rodar. Uma ciranda imaginária, a dois: primeiro preciso arrancar uma folha verde d'algum canto da minha memória - um palco gramado onde rodopiemos. Você então me olha, confidente, e pela primeira vez não sente medo de se entregar - não dispõe de meneios ou circunlóquios. As folhas farfalhando e o vento bagunçando seus cabelos são motivos para que o teu mais amplo sorriso se faça! E eu sorrio junto, porque sei que não há mais nada no mundo de que eu precise além disso. Também não sinto medo de te olhar no fundo dos olhos, e de uma vez por todas me permito ser sugada para dentro da tua alma quase sempre tão esquiva... A cor dos seus olhos se mistura com o borrão desenhado no cenário ao nosso redor, nos tornando todos numa coisa única. E neste momento em que te assisto feliz, disperso de teus preconceitos, é como se ouvisse realmente a tua voz aqui, comigo, me contando uma história bonita para me esperar pegar no sono...


E, em paz, eu durmo.

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