domingo, 21 de junho de 2009

Da saudade que eu sinto,

acredito que a saudade não é volátil.
A saudade, em algumas tardes, me agarra no meio da rua, e eu não tenho a quem gritar, porque, nesses momentos, eu estou envolta numa aura de dor. Mas não é que eu sinta a dor em mim: sinto-a no outro, o outro em quem penso e lembro. A lembrança no outro, sempre sorrindo, sempre ao meu redor: esse outro me envolvia do mesmo jeito que a minha saudade, agora.
Sentir saudade é um dos fenômenos que mais me encantam. Não aprendemos na escola que o mundo gira? Que os dias passam, as pessoas envelhecem, existem solstícios e equinócios nos lembrando de quão ínfimos nós podemos ser? Pois então, desconsideramos essa efemeridade toda na hora de olhar para trás e saber que existe um pouco de nós presos naquela pessoa. Naquele momento, naquele último olhar... Na última vez que eu pude te abraçar... No teu cheiro que, às vezes, aparece dentro daquela blusa que sempre me lembrará você, e, então, eu estremeço.
A minha saudade de vez em quando vai além de mim, me cobre de silêncio e eu não sei o que fazer com todo esse pedaço que me falta.

3 comentários:

Gabi disse...

Ah, Jú! Obrigada! Juro que teus elogios me valem muito, porque te admiro (e as coisas que você faz - principalmente seu jeitinho de ser e as coisas que você escreve - tanto!) muito, de coração!

Beijocas!

Nathy disse...

Às vezes a minha saudade também vai além de mim. Hoje eu já consigo controlar mais, mas antes era muito! Adorei o texto! Bjs

Graziela C. Drago K. Zeligara disse...

Nossa,
aqui tá muito bonito!
=B